vendredi 21 novembre 2008


Educação Bilingue.
o termo é mais amplo que ensino bilingue. Do lado de cá, na área das Ciências da Educação, mais do que interesse político, consideramos em pé de igualdade as diferentes "Ciencias da Educação": A Filosofia da Educação; Psicologia da Educação; a política disto etc y tal.
Pois bem, mas íamos no ensino/educação bilingue. Sim, diferentes pois a Educação bilingue (das melhores que há no mundo), aquela que, do ponto de vista formal, ainda não temos, engloba o ensino bilingue. Mas a Política Educativa...tem que dar uma chance para isto...nem que seja a título experimental e facultativo :'(.
A oferta educativa formal (escolarização) bilingue seria uma possibilidade viável em Cabo Verde, um anseio de boa parte da sociedade mas reveste-se de dois formatos distintos. Vertente assimilacionista e vertente integracionista: A primeira, da lugar à lingua Cabo verdiana, aceita-a como digna de ser tratada como matéria da escola mas para que ela suportasse a Lingua portuguesa e abrisse caminhos a esta enquanto língua que viria a ser veículo de acesso aos niveis superiores de escolarização. Nesta linha, faz sentido definir níveis de funcionalidade de cada Língua. Seria uma perspectiva que assume claramente a superioridade do Língua portuguesa em relação à Caboverdiana em alguns aspectos, nomeadamente, a nivel político e económico. Isso quereria dizer que a escola considera a Lingua Cabo verdiana como tal, e pode até ensiná-la e utiliza-la na comunicação educacional para explicar as diferentes matérias (porque não?). Mas seria aquilo a que chamaríamos de recurso oportuno e adequado da Língua materna. Não mais que isso, pois ela é considerada para oportunizar o Português, de maior força demográfica, mais antiga e mundialmente mais afirmada.
A Vertente integracionista aposta no desenvolvimento da Língua Crioula de Cabo Verde como o "museu central da cultura nacional" para desempenhar qualquer papel ao lado, ombro a ombro, com o Portugues. Parece que esta perspectiva é a que assusta um pouco mais os decisores mas acreditamos que ambas as vertentes contribuem para a psicose de "perdermos ainda mais o Português" (que ainda nem ganhamos). Isso porque teme-se que o valor económico e político da Língua de Camões seja a tábua de salvação de Cabo Verde.
O Forum internacional sobre a economia cultural organizado pelo Ministério da Cultura na Praia em Novembro de 2008 vem dismistificar um pouco mais esta questão pois que a participação da Língua crioula no Produto Interno Bruto é muito maior do que possa parecer.
O serviço mínimo (redacção de documentos oficiais, alguns discursos, missa e novela) que a Lingua portuguesa tem prestado em Cabo Verde nunca que poderia ser confundido com Poder económico, quando se trata da realidade dentro do país. Isto reabre todo o debate porque a disputa entre as duas Línguas é renhida e a vitória (fora e dentro do país) não se encosta sempre do mesmo lado. Esta realidade é tão forte que a Política da educação não pode ignorá-la sob pena de ela tornar-se obsoleta e entãoa Economia da Educação iria recomendar as empresas turisticas do país a abrirem cursos do Crioulo para seus funcionarios pois que quem lê e escreve livros de poemas já cantados pelos nossos artistas ganha dinheiro junto dos turistas!!! Neste sentido a Economia da Educação e Economia da Cultura substituiriam perfeitamente uma Politica da Educação e Política da Cultura obsoletos e impróprios para a realidade de Cabo Verde num tempo em que se aposta na cultura como o produto de eleição do futuro, galinha de unhas de diamante do PIB barlasotaventano.

Economia cultural

Interessante forum internacional realizado em Cabo Verde em Novembro de 2008. Excelente iniciativa, quanto a nós, algo que bastante esclarecedor para toda a comunidade. Auguramos que o documento síntese do evento seja divulgado brevemente, pois, seriam de muita valia para a elevação da consciencia pública nessa matéria.
Cabo Verde vive uma situação de alienação cultural sem precedentes num momento em que se fala tanto na cultura como produto turístico. A educação viaja a passos tímidos neste domínio, a oportunidade demográfica não é aproveitada. Uma escola de artes na ilha de Santiago, onde se encontra mais de 50% da população não existe e o ensino técnico na ilha não contempla esta área. A escola técnica de Santiago Norte não lecciona a area de artes de designe.
para se ler nas entrelinhas da principal recomendação do Forum;"minar a educaçã da cultura e vice-versa. Está escrito que vai ser agora. É mesmo isso, 0 Crioulo.cv e a educação. Se assim não for, tudo não passará de letras mortas e dizeres vazios.
A situação Linguístina nacional é outra vertente fraca que se relaciona directamente com o desenvolvimento cultural do país. A Língua da cultura em Cabo Verde não consta do Dossier da Alfabetização o que faz com que o Índice de Desenvolvimento Humano de Cabo Verde seja, em certa medida falsa, pois, os escolarizados nem sempre falal, lêm e escrevem a Língua do seu pensamento. Diria que em Cabo Verde não escrevemos e nem lemos o que pensamos...de outro modo. não escrevemos o que dizemos. Enfim, há que ensinar a ler e escrever primeiro na Língua Caboverdiana ou então estaremos numa situação de o nosso principal produto ser escrito de maneira pouco apropriada. Ou melhor. De não sabermos nem ler nem escrever a nossa cultura (a nossa música, o nosso teatro, as nossas metáforas muito bem expressas no tradicional Konbersu sabi). Novidades!!! Está para ser dentro de dias a oficialização do crioulo de Cabo Verde. É basta uma reunião na Assembleia Nacional. Estando no papel ninguém tira. O resto é conosco lá nos laboratórios de Ministério da Educação. Deixem meu pessoal comigo que lá sou muito amado, hihihi.